quarta-feira, 29 de julho de 2009

15 anos sem Mussum

Antônio Carlos Bernardes Gomes falecia por não resistir a um transplante de coração no dia 29 de julho de 1994. Para quem não liga o nome a pessoa, trata-se do Trapalhão Mussum, que se tornou um ícone do humor e ídolo das crianças nas décadas de 70 e 80.

Mussum teve origem humilde, nasceu no Morro da Cachoerinha, no bairro do Lins de Vasconcelos na cidade do Rio de Janeiro em 7 de abril de 1941. Durante nove anos, estudou em um colégio interno, onde conseguiu diploma de ajustador mecânico.

Anos mais tarde, ao mesmo tempo em que pertencia à Força Aérea Brasileira, dedicava parte do seu tempo à música e ao samba participando da Caravana Cultural de Música Brasileira de Carlos Machado. Fundou com amigos sambistas o grupo “Os Sete Modernos”, que, posteriormente, viria a se chamar “Originais do Samba”. As músicas, as coreografias e as roupas coloridas levaram o grupo ao estrelato nos anos 70 rendendo apresentações em diversos países.

Nos anos 60, fora convidado a participar de diversos programas humorísticos, mas sempre recusava, pois alegava que “pintar a cara não era coisa de homem”. Após muita insistência, fez sua primeira participação no programa Bairro Feliz, exibido pela TV Globo em 1965. Inclusive, o apelido “Mussum” foi dado por Grande Otelo nos bastidores das gravações da atração.

Renato Aragão, o Didi dos Trapalhões, conta que sua união ao grupo surgiu através de uma participação em um quadro do programa “Chico City”:

“Tinha uma cena onde ele e os colegas dos Originais do Samba ficavam presos numa cela. Ele fazia umas caras engraçadas que ficava parecendo um cachorro no cio. Falei pro Dedé ir correndo atrás desse cara, pois precisávamos de mais um integrante para formar um grupo para um programa que iria estrear”, diz o humorista.

“Antônio Carlos e Mussum eram a mesma pessoa. Ele nunca ficava triste. Por maiores que fossem os problemas pelos quais tivesse passando, ele estava sempre feliz e isto contagiava a gente”, conta Didi. Mussum era o único afrodescendente do grupo e tinha como características principais seu vocabulário no plural, o gosto pela cachaça e suas piadas fazendo graça com a cor de sua pele. “Ele falava aquelas gírias todas. Trazia um pouco da malandragem de suas origens, mas era uma malandragem pura, sem maldade alguma”. Renato dizia que, na fase inicial, escrevia só frases para ele. “Ele entrava, fazia a piada e voltada. Depois, é que ele foi se soltando”.

O programa “Os Adoráveis Trapalhões” estreava ba TV Excelsior em 1966 e era integrado por Wanderley Cardoso, Ivon Cury, Ted Boy Marino, Renato Aragão e Manfried Santanna (Dedé). Com saída de vários membros do grupo restando apenas Didi e Dedé, o elenco foi reforçado com a entrada de Mussum e Zacarias e assim consolidavam o grupo protagonista do progama “Os Insociáveis”, exibido na TV Record.

Ao mudarem para a TV Tupi, o grupo passou a se chamar “Os Trapalhões” e virou sucesso de audiência a ponto de bater o “Fantástico” todo domingo na cidade de São Paulo. Porém, com as dificuldades financeiras da emissora, o grupo acabou migrando para a TV Globo em 1977 e ficou por lá até 1994, quando foi decretado o fim dos “Trapalhões” com o falecimento de Mussum.

Em relação aos momentos curiosos, Didi conta um episódio que aconteceu com Mussum, quando foi abordado na porta do antigo Teatro Fênix por uma pessoa lhe pedindo um emprego na Globo. Ao perguntar ao cidadão o que ele sabia fazer, o homem responde: “Ah, eu faço qualquer coisa, até essas m#$%@s que vocês fazem”.

A data também foi lembrada pelos usuários do Twitter, que decretaram hoje o “Mussum Day”, fazendo com que a tag #mussumday, em diversos momentos do dia, chegasse ao primeiro lugar nos “Trending Topics”, os assuntos mais comentados pelos usuários.


Faz bastantis faltis


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