domingo, 16 de agosto de 2009

Vingança - O Início

. .A noite já tinha caído a algum tempo. Eu estava no ônibus a caminho de casa. Tinha aquela sensação ruim de que algo não estava certo, mas não sabia o que era. Será que tinha algum ladrão no ônibus? Não seria estranho se isso fosse verdade, ainda mais aqui no Rio de Janeiro. Mas alguma coisa me dizia que não era isso. Tinha alguma coisa a mais. Essa sensação era horrível. Coloquei o mp3 no ouvido pra tentar relaxar. Musica do Linkin Park me ajudava a relaxar. Muita gente relaxa com musica lenta, mas comigo só as mais pesadas ajudavam. Consegui cochilar um pouco no ônibus. Acordei com o solavanco do carro ao chegar no ponto final. Peguei minha mochila e saí calmamente pela porta traseira. Coloquei a mochila nas costas quando desci do ônibus. Ainda tinha uma caminhada considerável até chegar em casa. Não via a hora de ver Addison de novo. Mesmo com 4 anos de casados, não conseguia esconder a alegria de revê-la todo dia ao chegar em casa.

. .Andei tranquilamente até chegar na esquina da minha rua. Foi a primeira vez que a vi. Ela era linda. Magra, corpo atlético, cabelos negros, pele branca como a luz da lua. Usava um vestido de couro vermelho, que acentuava ainda mais a palidez de sua pele, e botas de couro vermelhas também até a altura das coxas. Ela era perfeita. Nunca tinha visto uma mulher daquelas por ali antes. Ela sorriu quando passou por mim. - Boa noite, ela disse, com uma voz extremamente sedutora. Demorei alguns segundos para responder, encantado com o som de sua voz. Ela sorriu novamente e continuou andando. Ela realmente era fascinante. Sacudi a cabeça pra colocar ordem nos pensamentos. Nunca tinha sentido isso desde que casei.

. .Cheguei no portão de casa. O cadeado estava aberto. Não, ele tinha sido arrebentado e tinha marcas de mão nele. Que conseguiria fazer aquilo? Corri pra dentro de casa. A porta da frente estava aberta. A fechadura tinha sido forçada também. – Addison!?, gritei, sentindo o desespero em minha voz. Corri a parte de baixo da casa e não a achei. Subi correndo as escadas até nosso quarto. Quando cheguei na porta, vi marcas de sangue nela. Hexitei em abri-la, com medo do que fosse encontrar lá dentro. Coloquei a mão na maçaneta e a girei lentamente até destravar a porta. Empurrei a porta para que ela abrisse devagar. Eu já sabia o que ia encontrar. Era essa a sensação ruim que eu senti durante o dia.

. .Quando a porta bateu na parede, a cena era impressionante. Havia sangue por toda a parte do quarto. Mas não havia sinal de Addison. Andei até o meio do quarto. A poça de sangue se concentrava na cama. Andei em direção a ela, tentando não escorregar no sangue. Senti alguma coisa pingar no meu ombro. Era sangue. Olhei para o teto e vi o que nunca mais me deixaria ter paz de novo. Addison estava pregada no teto do quarto. Crucificada. Pernas e braços abertos, com um pentagrama desenhado a sangue no teto atrás dela. Ajoelhei em meio ao sangue vendo aquilo. Sua garganta tinha sido dilacerada, como se tivesse sido mordida por algum animal. O choque daquela cena me deixou sem ação. A mulher que eu amava estava morta, crucificada no teto. Abri a boca e o único som que consegui emitir foi: “Por que?”

sábado, 15 de agosto de 2009

Desabafo de um Herói

Herói:
Por que nascemos heróis, se não podemos salvar todos aqueles que precisam de nossa ajuda? Por que temos esses poderes se não conseguimos segurar as mãos de todos aqueles que as estendem para nós? Será que existe um prazer mórbido nas forças supremas do universo em nos dar esses poderes e não nos deixar salvar todos, nos ver sofrendo quando alguém que nos estendeu a mão não pode ser ajudado? Para que recebemos esses poderes então? Por que não nascemos como pessoas normais, que não precisam se preocupar com o bem de todos, que vivem sem pensar em quem salvarão ou quem deixarão cair, sem poder fazer nada para ajudar? E porque essas forças nos deixam falhar justo com as pessoas que amamos? Já não basta a dor dessa falha, com qualquer pessoa que seja, ela ainda tem que ser com algum ente querido? Por que, me respondam. Por que não posso simplesmente largar tudo e viver uma vida normal, sem esse tipo de preocupação? Por que, alguém me responda, por favor....

Pessoa Comum:
Sinto sua dor. Sei o quanto é difícil perder algum ente querido sendo uma pessoa comum, e imagino que deva ser pior ainda com todos esses poderes. Só peço que você lembre de todas as pessoas que você salvou e que hoje estão aqui para te ajudar a erguer a cabeça de novo. Olhe para eles. Olhe o quão gratos eles são por você ter seus poderes. Sem eles, milhares não estariam entre seus entes queridos hoje. Milhares que sentem a sua dor também, mas pedem que erga sua cabeça, herói, porque eles hoje vivem por sua causa, porque você não desistiu deles. Pedem que você não desista de você. Que você continue sendo o herói que sempre foi. Um símbolo para todos nós. Um símbolo de esperança, de vitória. Erga-se herói, e seja você de novo.

Herói:
Olho vocês aqui hoje e entendo o porque desses poderes, dessa responsabilidade. Agradeço por seus sentimentos em relação a minha dor. Eles me ajudam a seguir em frente com minha missão. Não desistirei de vocês. Não desistirei de mim. Serei o símbolo que vocês desejam, um símbolo de vitória e esperança. Um símbolo de que o futuro sempre nos guarda uma coisa boa. Me ergo por vocês. Serei o herói que sempre fui. Esta é uma promessa que faço em frente a essas milhares de pessoas, que me são gratas por estarem aqui hoje. Não falharei com vocês. É uma promessa.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

VINGANÇA - Prólogo

Saí do covil da demônia na forma humana. Ao mesmo tempo em que estava aliviado, sentia um vazio dentro de mim. Desde a data em que ela destruiu minha família, a vingança foi meu motivo de vida. Agora estava tudo acabado. Minha vingança tinha sido feita. Mas e agora? Viver como um Lycan pela eternidade ou dar um fim em minha maldição e minha vida com uma bala de prata? Andei sem rumo e quando percebi estava no cemitério onde minha esposa estava enterrada. Fui até o túmulo dela. Uma lápide fria foi a única coisa que restou de minha família. Ajoelhei e comecei a chorar copiosamente. Não sei quanto tempo fiquei ali ajoelhado. Quando consegui me erguer vi aquela figura brilhante me olhando. Eu sabia quem era. Era um anjo. Gabriel. Ele me olhava como quem olhava um filho. Sorri para ele. - Alguem quer falar com você, disse ele. De trás dele saiu outra figura brilhante. Cai de joelhos outra vez. Era Maddison, minha esposa. - Oi, Peter, ela disse, com um tom angelical. A voz dela sempre foi linda, mas agora era mais. Não consegui responder. Ela continuou: - Sei que você sacrificou muita coisa para me vingar, mas não precisa terminar sua vida por isso. Você ainda tem muita coisa a realizar. O que você acha que foi uma maldição pode virar uma benção, se você souber usá-la, mesmo tendo vindo do próprio mephistófeles. Ela se aproximou e continuou falando. - Levante-se e seja o homem que sempre amei na vida, aquele que não tinha medo de nada, que sempre me fazia rir quando eu estava triste. Volte a ser a pessoa maravilhosa que você sempre foi. - Não posso, eu disse olhando para o chão,- não posso voltar a ser essa pessoa. Levantei a cabeça e olhei para ela. Ela estava mais linda do que eu lembrava. - Era você que me fazia ser assim. O amor por você que me deixava assim. Era a vontade de te ver sempre sorrindo. Eu amo seu sorriso, sua risada quando falo alguma besteira, o jeito como você segurava a barriga doendo de tanto rir. Ver você sorrindo me fazia viver. E agora não tenho nada disso mais. Me aproximei dela e coloquei a mão em seu rosto. Sua pele era quente. Ela sorriu ao meu toque, inclinando a cabeça na direção de minha mão. -Eu te amo, e sempre vou te amar, disse olhando nos olhos dela. Me aproximei e a beijei. Ela retribuiu meu beijo. Queria prolongar aquele momento pra sempre, pois sabia que seria a última vez que aconteceria. Olhei-a nos olhos quando terminamos o beijo. -Fique, eu disse, eu te amo e não sei viver sem você. -Não posso, ela disse, mas vou continuar te amando por toda a eternidade. -Verei você de novo?, perguntei -Não verá, ela me disse e pude ver a tristeza em seus olhos. Meu tempo aqui terminou, disse ela se afastando, tenho que voltar com Gabriel. Ela se colocou ao lado do anjo. Tome conta dela, disse pra ele, ela é a coisa mais especial que aconteceu em minha vida. Ele sorriu de volta. -Eu te amo, disse ela, antes de desaparecer junto com Gabriel. Mais uma vez eu estava no escuro. Minha vida estava no escuro. Nada mais eu podia fazer. Ajoelhei e chorei novamente, somente a triste lua minguante como testemunha.

domingo, 9 de agosto de 2009

15 anos sem Mussum 2







Meio atrasado esse post, mas só agora descobri como colocar video no blog rsrs