quarta-feira, 10 de junho de 2009

VINGANÇA

Escuro.
Não enchergava um palmo na frente do nariz. Mas mesmo assim eu sabia onde ir. Era só seguir o cheiro. Era inconfundível a mistura de flores com enxofre. Desta vez havia algo diferente. Eu podia sentir o cheiro mais forte, como se pudesse ver a cor do cheiro. Uma mistura de amarelo e roxo.
Eu estava diferente. Estava mudado. E ela não sabia disso. Ponto meu. Vi o brilho da vela que iluminava a sala no fim do corredor. Era lá que ela estava.
Dois anos de caçada desde aquela noite amaldiçoada. Dois anos desde que ela destruiu minha vida. Com certeza isso acaba hoje.
Cheguei ao fim do corredor. Somente a luz da vela iluminava a sala onde ela estava. Ela estava sentada com um sorriso triunfante no rosto.
- Bem vindo, humano. - disse-me ela – me desaponta ver que você veio sozinho e desarmado.
- Não preciso de arma e nem da ajuda de nenhum anjo hoje, cadela do inferno. - disse, mais parecendo um rosnado.
- Elogios não vão me comover, humano. - ela respondeu sorrindo novamente.
Ela não sabia da minha mudança, e pelo visto o que diziam sobre demônios serem arrogantes demais para perceberem as coisas era verdade.
- Isso acaba hoje. - falei com um sorriso sarcástico no canto da boca.
Ela começou a gargalhar.
- É a primeira vez que vejo um humano sorris quando sabe que vai morrer. - zombou ela.
Continuei sorrindo pra ela. Me concentrei. Era dolorosa a transformação, mas a sensação de força, rapidez e sentidos aguçados após era maravilhosa.
Mãos deram lugar a garras. Dentes deram lugar a presas. No início eu demorava uns 10 minutos na transformação. Agora era praticamente instantânea. Em questão de segundos após me abaixar contorcendo de dor eu me levantava transformado.
Lycan!!
Eu havia escolhido essa opção. O próprio Mephistófeles me deu esse poder. E agora mais do que nunca ele seria útil.
Pude ver o medo nos olhos dela. Melhor, sentia o cheiro de pavor que exalava dela aumentando intensamente a cada segundo quando urrei após a transformação. Ela realmente estava apavorada. Olhei fixamente para ela e sorri, deixando minhas presas a mostra.
- É hora do show. - grunhi antes de avançar em direção a sua garganta. Foi um golpe tão rápido que ela nem conseguiu reagir. Em questão de segundos minhas presas se fechavam em seu pescoço e minhas garras cravaram em sua pele.
Um gemido. Foi a única coisa que saiu de sua boca antes que estraçalha-se seu corpo com um único movimento. Seu sangue negro jorrou em todas as direções. Estava acabado.
Uivei o mais alto que pude. Era um misto de raiva e alegria.
Finalmente tinha acabado.

2 comentários:

Kaio Lopes disse...

Bom... Agora que oficialmente (?) eu sei que foi você quem escreveu, eu posso comentar uaheahuhhu

Caraca Pedro tá muito bom! Oo'
Tipo, bom mesmo saca?

Tá até parecendo profissa uheheu [/sério]

Escreve mais! hehe'

Mariana Bortoletti disse...

Oh meu deus! To de boca aberta aqui!
Muito bom mesmo Pedro!

Tem mais? Quero mais disso! hehehe

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