sábado, 20 de junho de 2009

Nephlin


A noite já tinha caído há algumas horas. O frio aumentava. Apesar da fogueira acesa no lual, todos reclamavam que o frio aumentava rapidamente. Eu sabia o que era. Achei que poderia ter uma noite de diversão sossegado com os amigos. Estava terrivelmente enganado. Poderia ter colocado todos em perigo hoje. Não tinha como saber. Talvez se não tivesse vindo poderia haver um massacre aqui, mas de qualquer maneira eu perderia uma boa briga.

Era quase meia noite. Com certeza ele apareceria. Os sinais eram muito claros. O frio aumentando, mesmo sem vento. Nenhum barulho de animal se ouvia, como se até os insetos tivessem fugido. O único som era o rádio de pilha tocando Bob Marley. Ainda bem que tinha outros tipos de músicas no meu celular. Lutar ao som de Bob não tinha graça. Uma boa trilha sonora aumentava meu animo no combate. Tinha feito uma seleção especial essa noite. No fundo eu sabia que ele poderia aparecer. Mesmo podendo colocar todos aqui em perigo eu torcia por isso ao mesmo tempo, do contrário não teria trago minha espada. Meu relógio apitou meia noite. O tempo parou. Mesmo já tendo visto isso várias vezes ainda me espantava. Era impressionante.

Eu era um Nephlin, filho de anjo com uma humana. O poder de um anjo era uma mistura interessante e perigosa ao mesmo tempo. Os Anjos Caídos sempre queriam que nos juntássemos a eles em sua guerra contra os Arcanjos. Estes por sua vez queriam nos destruir para que não ajudássemos os Caídos. Devido a uns poucos que escolheram esse lado todos pagavam. Eu já havia derrotado vários Arcanjos e Caídos em combate. Dessa vez eu sentia que seria diferente. Sentia que teria que destruir meu oponente, coisa que nunca havia feito antes.

Após o tempo parar ele apareceu em questão de segundos.

Azazel.

O braço direito de Lúcifer na rebelião dos anjos. Sua presença era imponente. Tinha dois metros de altura, cabelos negros até os ombros e vestia um sobretudo preto por sobre a roupa também preta. Se ele tivesse asas a visão seria mais impressionante ainda. Todos os caídos tiveram suas asas cortadas como punição após a queda de Lúcifer.

Encarei-o por alguns segundos sem falar nada, estudando-o, procurando um ponto fraco. Ia ser uma luta difícil. Ele resolveu quebrar o silêncio.

- Boa noite, Peter.

- Boa noite, Azazel. – respondi no mesmo tom cordial, mas sem a imponência de sua voz.

- Você sabe o que vim fazer aqui hoje. Espero que reconsidere nossa proposta de juntar-se a nós.

- Seu chefe sabe a minha resposta, Azazel. Eu não vou me meter na guerra de vocês.

- Se é assim, porque carrega essa espada contigo? – perguntou sorrindo.

- É porque Arcanjos e Caídos são muito burros para entender as coisas. Só depois que levam uma surra é que entendem.

Ele começou a gargalhar. Pelo menos tinha senso de humor.

- E espera fazer o mesmo comigo hoje, Nephlin? – perguntou ainda rindo.

- Se for o único jeito de você entender, farei com muito prazer. – respondi com o mesmo sorriso no rosto.

Com um gesto rápido ele tirou a espada de dentro do sobretudo. Dessa vez com certeza seria difícil vencer. Caminhei em sua direção desembainhando a espada também. Ele continuava olhando sem se mexer. Uma das coisas que ouvira falar sobre Azazel é que era muito honrado em combates, apesar de não ser em suas escolhas de amizades. Continuei em sua direção tirando o celular do bolso. Coloquei pra tocar um set do Tiësto. Ele gostou. Pelo menos tinha bom gosto pra música., seria uma pena ter que destruí-lo. Nos afastamos uns 10 metros do lugar do lual. Ele realmente só veio por minha causa.

Nos encaramos por alguns segundos em posição de defesa. Ao som de Tiësto partimos para o combate. Ia ser uma luta difícil.

Mas definitivamente seria muito boa.

1 comentários:

Kaio Lopes disse...

Muito bom Pedro...
Curti hehehe'

Essas histórias me dão medo -n
kkkkkkkkkkkkkkkkk

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